quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Somente Érico...

Dia desses fui até a biblioteca para buscar alguns livros didáticos em razão de estudar para o vestibular.
Por lá pesquisei em alguns livros de física e química que são as matérias que tiram o sono do sujeito, porém correndo os olhos pelas estantes deparei-me com um livro do projeto cultural “Literatura para todos”.
O livro, uma coletânea de crônicas subjetivas que falam sobre sentimentos e sensações, cujo, o nome é “Tubarão com a faca nas costas” conta histórias do próprio autor, Cezar Dias.
Narrei todo esse rodeio para ressaltar em especial uma crônica que me fez pensar e repensar...
A crônica que se chamava “O Enforcado” inicia-se assim:
“Estava lendo no ônibus, O Continente 1, primeira parte da trilogia “O tempo e o vento”, de Érico Veríssimo...”
E o que me chama a atenção? Simplesmente o fato de que o autor lê Érico Veríssimo no ônibus, afinal comecei a ler “Saga” o último livro da trilogia “Clarissa” dentro de um ônibus e agora só consigo lê-lo dentro do mesmo.
Érico Veríssimo sempre fora meu calcanhar de Aquiles, meu xodó, quase eu, ou melhor, parte de mim!
Engraçado foi o fato de perceber que assim como eu, alguém no mundo também lê Érico no ônibus e associa seus escritos aos fatos da vida real.
Ultimamente quase atendo pelo nome de Clarissa, que é bem diferente de Ana Luiza, apenas pelo fato de me projetar nela.
Em “O Enforcado” Cezar Dias, o autor, se recorda de um guri esquizofrênico que conhecera e que se enforcara assim como o personagem do livro Inocêncio Carijó.
Então me pergunto:
_ Quem, além de Érico, faria ele se lembrar do tal guri, dentro de um ônibus, a ponto de lhe trazer informações suficientes para expressar-se em uma crônica?
Então eu mesma respondo:
_Érico! Somente, Érico!
E é por isso que encerrando essa crônica cito outra crônica do livro de Cezar Dias “Sobre talento & memória”, que narra o fato de um pianista que mesmo sem memória desenhou um piano para descrever quem era, então o autor resolve perguntar-se em caso de perda de sua própria memória, o que ele colocaria no papel para dizer, este sou eu?!
Concluindo seu raciocínio percebeu que se desenhasse um livro talvez ele estaria dizendo quem era, porém rapidamente pensou que se lhe dessem um livro que não fosse de seu agrado ele se distanciaria de quem ele realmente é.
Portanto, me fiz a mesma pergunta e me dei a seguinte resposta:
Desenharia um livro, porém bem lá dentro acho que despertaria uma fagulha de lembrança para que eu escrevesse em sua capa...
Érico! Somente, Érico!!!     

Ana Luiza dos Santos Montes.
11/11/2008

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

“NEM FREUD, NEM BREUER, ÉRICO VERÍSSIMO ME ENTENDERIA!”


“Será então preciso que busque em mim mesmo o necessário ponto de apoio, porque fora de mim não encontro em quem me amparar. (...). Pois que assim seja, então! Para ti, pobre (...) não há felicidade no exterior; tudo terás que buscar dentro de ti mesmo. Tão-somente no mundo ideal é que poderás achar a alegria.”
Confesso desavergonhadamente que puxei o aspeado aí de cima do conto de Érico Veríssimo “As mãos de meu filho”, e sabe neste singular momento de minha vida ele me parece cair como luvas. Vou usá-lo como introdução pra contar uma historinha triste, ou alegre, depende do ponto de vista.
Hoje é dia daqueles de reflexão de analisar o que poderia ter sido e não foi, e de analisar o que foi e não deveria ter sido. E acredite, eu recomendo a qualquer um ter o seu coração pisoteado, pelo menos uma vez na vida. Eu recomendo não viver no quase, não permitir que o “se...” aloje-se em seus pensamentos.
E se eu tivesse pensado melhor?
Provavelmente não teria feito. E eu me arrependeria de qualquer forma.
E se eu não tivesse traído?
Provavelmente ninguém teria se machucado. E eu me arrependeria de qualquer forma.
E se eu tivesse feito a escolha certa?
Não perderia grandes amigos. E ainda me arrependeria de qualquer forma.
Mas como diria Sarah, “A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai”, e é neste momento que devemos entender “que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai nos ferir de vez em quando”, entendendo isto daremos uma chance a nós mesmos.
E somente depois de algum tempo você poderá perceber se enlouquecer realmente valeu a pena.
No meu caso perdi a chance de “chegar lá”, perdi grandes amigos, perdi um tanto da dignidade que ainda me restava e o respeito de pessoas realmente respeitáveis. E aí neste momento chega a pergunta que não quer calar...Valeu a pena?
E o que tenho pra dizer é o seguinte:
Você erra, você aprende;
Você arrisca, você aprende;
Você perde, você aprende;
Você omite, você aprende;
Você escolhe, você aprende.
E quando você aprende a resposta parece ser óbvia, no meu caso não é diferente. E mais uma vez me apoderando das palavras de Sarah, “pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.”
E só pra finalizar, escolhi desertar dessa vida morna, darei sempre passos maior que a perna, me permito uma loucura a qualquer momento, por vezes falo sem usar o filtro da razão, e nunca mais vou viver no outono me escondendo atrás de uma surdina lilás.
E sabe Érico me entenderia afinal, como ele mesmo diria "felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente."
Ah! E esses pensamentos não são necessariamente apenas meus!




= Para a realização deste post utilizei trechos das obras de Érico Veríssimo, William Shakespeare, Sarah Westphal e Alanis Morissette. Qualquer semelhança pode ser considerada plágio.