Dia desses fui até a biblioteca para buscar alguns livros didáticos em razão de estudar para o vestibular.
Por lá pesquisei em alguns livros de física e química que são as matérias que tiram o sono do sujeito, porém correndo os olhos pelas estantes deparei-me com um livro do projeto cultural “Literatura para todos”.
O livro, uma coletânea de crônicas subjetivas que falam sobre sentimentos e sensações, cujo, o nome é “Tubarão com a faca nas costas” conta histórias do próprio autor, Cezar Dias.
Narrei todo esse rodeio para ressaltar em especial uma crônica que me fez pensar e repensar...
A crônica que se chamava “O Enforcado” inicia-se assim:
“Estava lendo no ônibus, O Continente 1, primeira parte da trilogia “O tempo e o vento”, de Érico Veríssimo...”
E o que me chama a atenção? Simplesmente o fato de que o autor lê Érico Veríssimo no ônibus, afinal comecei a ler “Saga” o último livro da trilogia “Clarissa” dentro de um ônibus e agora só consigo lê-lo dentro do mesmo.
Érico Veríssimo sempre fora meu calcanhar de Aquiles, meu xodó, quase eu, ou melhor, parte de mim!
Engraçado foi o fato de perceber que assim como eu, alguém no mundo também lê Érico no ônibus e associa seus escritos aos fatos da vida real.
Ultimamente quase atendo pelo nome de Clarissa, que é bem diferente de Ana Luiza, apenas pelo fato de me projetar nela.
Em “O Enforcado” Cezar Dias, o autor, se recorda de um guri esquizofrênico que conhecera e que se enforcara assim como o personagem do livro Inocêncio Carijó.
Então me pergunto:
_ Quem, além de Érico, faria ele se lembrar do tal guri, dentro de um ônibus, a ponto de lhe trazer informações suficientes para expressar-se em uma crônica?
Então eu mesma respondo:
_Érico! Somente, Érico!
E é por isso que encerrando essa crônica cito outra crônica do livro de Cezar Dias “Sobre talento & memória”, que narra o fato de um pianista que mesmo sem memória desenhou um piano para descrever quem era, então o autor resolve perguntar-se em caso de perda de sua própria memória, o que ele colocaria no papel para dizer, este sou eu?!
Concluindo seu raciocínio percebeu que se desenhasse um livro talvez ele estaria dizendo quem era, porém rapidamente pensou que se lhe dessem um livro que não fosse de seu agrado ele se distanciaria de quem ele realmente é.
Portanto, me fiz a mesma pergunta e me dei a seguinte resposta:
Desenharia um livro, porém bem lá dentro acho que despertaria uma fagulha de lembrança para que eu escrevesse em sua capa...
Érico! Somente, Érico!!!
Ana Luiza dos Santos Montes.
11/11/2008